A estimulação cognitiva preventiva na Terapia Ocupacional é importante para a prevenção ou retardo de déficits cognitivos e manutenção da capacidade funcional da pessoa idosa. Atualmente a literatura científica tem mostrado sua importância (ver artigos disponíveis no site).
A Terapia Ocupacional tem uma participação efetiva neste sentido, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e redimensionando a esfera ocupacional com uma proposta de ampliação ou renovação dos projetos de vida (CANÍGLIA, 2005). Dessa forma, pode-se manter uma vida mais participativa, promovendo o envelhecimento ativo, como proposto pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 2005).
Espera-se que Mudanças de hábitos ocupacionais, no cotidiano, mobilizem constantes desafios, com a permanência da estimulação cognitiva. Essa poderá contribuir na diminuição de riscos para quadros de depressão, de demência e consequentes danos à capacidade funcional da pessoa idosa.
Para praticar a estimulação cognitiva preventiva na Terapia Ocupacional é importante participar de Grupo de Memória, que utilizam como recursos a educação em saúde, com vivências (estímulos cognitivos) de forma dinâmica, o que pode proporcionar uma reflexão prática sobre o próprio desempenho cognitivo. Esse fator é preponderante para análise das necessidades cotidianas, como por exemplo, usar as estratégias adequadas de memorização no dia a dia, que evitam perdas constantes de objetos, de compromissos, entre outros esquecimentos.
Em 2001 foram elaborados 12 Passos para uma Boa Ativação Cerebral objetivando facilitar a estimulação cognitiva preventiva na Terapia Ocupacional de pessoas idosas que não tiveram oportunidade de estudar quando mais jovens. A resposta foi satisfatória, o que levou a sistematização do uso em outros grupos de estimulação independente de escolaridade.
Percebe-se que a prática de atividades estimulantes com grau crescente de complexidade, de preferência em grupo, motiva novos desafios.
DOZE PASSOS PARA UMA BOA ATIVAÇÃO CEREBRAL (Mauricéa Tabosa -2001)
1- Saiba que um grande inimigo do cérebro é a inatividade.
2- Procure atividades novas, desconhecidas ou pouco utilizadas.
3- Não tenha medo de errar.
4- Não se compare com os outros, nem com seu desempenho quando mais jovem.
5- Não diga eu não dou para isso. Aceite sempre o desafio.
6- Lembre-se de que o cérebro é pouco utilizado. Se você exigir mais dele, o seu desempenho mental melhorará.
7- Cada pessoa tem um potencial a ser desenvolvido. Escolha uma atividade que você gosta ou tem vontade de aprender.
8- Achou? Então, ultrapasse os obstáculos sem preocupação com o tempo que gastará para alcançar seu objetivo.
9- Não importa se amanhã você não conseguir como ontem. Importa que tente mais uma vez e mais outra e mais outra.
10-Estimule seu cérebro com o objetivo de melhorar seu desempenho mental, sem a preocupação de concluir a atividade escolhida. O que interessa é o exercício.
11-Mude a atividade para uma mais complexa, cada vez que notar que está muito fácil. A dificuldade é fundamental para a ativação cerebral.
12-Relaxe: o estado emocional é muito importante para a atenção e a concentração. Respire fundo quando começar a se irritar. Descanse, tome água, faça outra coisa e volte.
Para analisar o desempenho cognitivo das pessoas idosas após a estimulação cognitiva é fundamental um estudo de seguimento, que permitirá investigar os benefícios dos exercícios no cotidiano (atividades de vida diária) e identificar possíveis déficits cognitivos que poderão fazer parte de quadros de demências que estão iniciando.
Colegas da área de Saúde poderão utilizar o instrumento TRDAP para ampliar seus estudos sobre DÉFICITS COGNITIVOS, pois o software permite o seguimento de casos, com teste e reteste após um período de estimulação cognitiva e apresentação, em gráficos, da população estudada (por idade e escolaridade das pessoas sem diagnóstico de DA ou com diagnóstico prévio encaminhado pelo médico). O Banco de Dados se encontra em formato Excel para que facilite a análise estatística dos dados, a escrita de artigos científicos, a apresentação de trabalhos em eventos, entre outros. É possível salvar em uma planilha, os dados coletados (banco de dados), assim como os gráficos.